Cirurgia Plástica em Adolescentes

A cirurgia plástica tem um novo público com acesso à informação, poder de compra e capacidade de decisão: os adolescentes.
Nesta fase da vida as mudanças corporais são uma constante por isso muitos sentem-se à margem dos padrões de beleza vigentes e procuram na cirurgia plástica uma melhoria.
Os adolescentes são insatisfeitos, por natureza, com o seu corpo e procuram na cirurgia plástica a realização dos seus desejos. Existe um padrão de beleza e os jovens querem segui-lo. Esses padrões que são impostos constantemente pela comunicação social parecem ser por vezes condição fundamental para ter sucesso ou ser feliz. A busca desta perfeição tem feito com que muitos jovens recorram blocos operatórios.
Apesar dos riscos que uma operação implica, as adolescentes resolvem encarar a cirurgia para acabar com os traumas e insatisfações provocados por aspectos, pelo tamanho e formato dos seios, das orelhas ou do nariz como adolescente. É aqui que entra a responsabilidade do cirurgião plástico.
Não é raro, nos consultórios, receber adolescentes com problemas reais, infelizes, retraídos e afastados de seus grupos sociais com queixas fundamentadas. Questões físicas provocam grandes traumas nos adolescentes, numa fase da vida em que eles já estão cheios de dúvidas e inseguranças.
A presença de adolescentes nos consultórios não é um fenómeno recente; o que ocorre é que há alguns anos era normal falar em cirurgia apenas depois do crescimento corporal. Com a evolução das técnicas, já é possível operar jovens em fase avançada de crescimento. A comunicação social criou a falsa impressão de que a cirurgia plástica é a panaceia para todos os males da autoestima.
O cirurgião plástico deve obedecer a regras de ética profissional e optar pelo melhor tratamento a ser aplicado em cada paciente, inclusive na orientação para um tratamento psicológico, se necessário.

Uma adolescente com mamas gigantes, que vem de uma família cuja mãe e avó sofrem do mesmo problema, não precisa esperar até os 18 anos para decidir pela redução. A cirurgia é o único recurso para eliminar este problema e o cirurgião plástico tem a palavra final sobre esta decisão.

Ainda que as cirurgias plásticas vivam um momento de popularização dos procedimentos, com facilidades para o pagamento e técnicas menos invasivas, cabe ao cirurgião plástico decidir se as queixas de seus jovens pacientes são procedentes ou não.

A primeira exigência é que a paciente esteja bem psicologicamente e tenha uma expectativa realista da cirurgia e do pós-operatório.
Mesmo correções que aparentemente não passam de caprichos, como orelhas de abano e nariz adunco, podem transformar a vida desses jovens, elevando a autoestima e ajudando a desfazer traumas, principalmente porque o adolescente costuma passar por mudanças de ambiente – trocar de escola, entrar na faculdade – e reconstruir sua imagem.
Meninas com ambição à profissão de modelo podem realmente precisar se livrar de uma gordura localizada que atrapalha sua carreira e, por vezes, um procedimento simples evita que essa fixação evolua para um quadro de anorexia.

O tratamento dos pacientes com imperfeições reais, causadoras de traumas e impeditivas do desenvolvimento psicossocial é diferente do dado aos que têm um problema de insatisfação com a sua imagem. Neste caso deve ser recomendado não apenas o amadurecimento da ideia, mas também chamar os pais à corresponsabilidade pela decisão, que pode mascarar problemas psicológicos mais sérios.

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